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terça-feira, 15 de outubro de 2013

CULTURA: A história dos fascículos na educação e como ferramenta de disseminação do conhecimento


Imagem do primeiro fascículo da Editora Abril



Em plena ditadura militar, os fascículos inauguraram no Brasil, nos anos 60, uma certa democracia do conhecimento.

Brasileiros de baixo poder aquisitivo passaram a encontrar nas bancas assuntos antes restritos a bibliotecas e livrarias. Em 18 de maio de 1965, por 750 cruzeiros (cerca de 3 reais), a Editora Abril lançava o número 1 de A Bíblia Mais Bela do Mundo, sua primeira coleção em fascículos. Vinte e dois tradutores, quatro revisores críticos e dois revisores literários transformaram os versículos originalmente em hebraico, aramaico e grego num português simples, sem trombetas. Uma empreitada até então inédita no país. Em uma semana foram vendidos perto de 150 mil exemplares. Três anos mais tarde, 80 mil famílias completavam a coleção, concluída com o 150º. volume.

O segundo grande sucesso foi Conhecer, uma "enciclopédia semanal ilustrada" para estudantes do ginasial, com 180 fascículos em treze volumes.

Em 1967, a Abril Cultural - divisão criada um ano antes para cuidar dos fascículos - lançou Gênios da Pintura. No ano seguinte, Grandes Compositores da Música Universal levou discos às bancas. Para isso, foi preciso desfazer uma encrenca jurídica. A legislação não previa essa possibilidade, porque discos, ao contrário de revistas, não eram isentos do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias, o ICM.

Exigência do presidente da Editora Abril, Sr. Victor Civita: "Eu quero um advogado com pelo no peito! Eu lhe digo o que quero fazer, ele me diz como". Solução: os advogados convenceram o ministro da Fazenda, Delfim Neto, a conversar com todos os secretários estaduais da Educação, e o Governo Federal passou a recolher o ICM na fonte (as bancas), redistribuindo-o para os Estados. O primeiro exemplar da coleção, o Concerto Nº. 1 para Piano e Orquestra, de Tchaikowsky, vendeu 270 mil exemplares. Vieram depois 47 compositores.

Nesse período, sob pressão dos militares, muitos professores tiveram de migrar para outras atividades e encontraram refúgio nos fascículos. A Enciclopédia Abril teve mais de oitenta consultores egressos da USP, entre eles Ruth e Fernando Henrique Cardoso. Nos créditos dos fascículos, aparecem ainda nomes como Sérgio Buarque de Hollanda, que coordenou Grandes Personagens da História Universal.

Nessa época, a Editora Abril resolveu despejar também livros nas bancas. "Os Irmãos Karamazov", de Dostoievski, foi o primeiro da série Imortais da Literatura Universal. O sucesso foi retumbante, mas o diretor da Divisão de Fascículos, Pedro Paulo Poppovic, teve que explicar na polícia por que escolheu logo um escritor russo. Imortais foi a primeira de muitas coleções. A campeã de vendas foi "Os Pensadores", de 1972, uma seleção de obras de grandes filósofos, muitas delas inéditas em português. Platão vendeu 100 mil exemplares em quinze dias.

Até 1982, quando a Abril Cultural desligou-se da Editora Abril, transformando-se, três anos depois, na Nova Cultural, foram mais de 50 milhões de fascículos vendidos. Enciclopédias, obras de ciência, artes, história e geografia, edições sobre música popular e erudita, coleções de literatura, filosofia, teatro e poesia, curso de idiomas, beleza e saúde, vida sexual, costura e decoração, culinária (em 1968, Bom Apetite vendeu 1,2 milhão de exemplares na primeira semana) - foram muitos os sucessos da Abril na área dos fascículos. Grandes a ponto de sustentar, por exemplo, os primeiros anos de Veja - marcados por prejuízo.




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Marcelo Gil é Corretor de Imóveis desde 1998, registrado no Cadastro Nacional de Avaliadores do Cofeci. Especialista em Financiamento Imobiliário e Perito em Avaliações Imobiliárias com atuação no Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Pós-graduando em Docência no Ensino Superior no Centro Universitário SENAC. Gestor Ambiental, inscrito no Conselho Regional de Química da IV Região, graduado pela Universidade Católica de Santos com Menção Honrosa na área ambiental, atribuída pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas - IPECI, pela construção e repercussão internacional do Blog Gestão Ambiental da Unisantos. Técnico em Turismo Internacional desde 1999. Pesquisador. Agente Intermediador de Negócios. Associado a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - ProTeste. Associado ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC. Membro da Academia Transdisciplinaria Internacional del Ambiente - ATINA; Membro da Estratégia Global Housing para o Ano 2025. Membro do Fórum Urbano Mundial - Urban Gateway. Membro da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Membro do Grupo de Pesquisa 'Direito e Biodiversidade' da Universidade Católica de Santos. Membro da Rede de Educação Ambiental da Baixada Santista - REABS. Filiado a Fundação SOS Mata Atlântica e Colaborador do Greenpeace Brasil.

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