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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

OITO ENTRE DEZ PROTETORES SOLARES FPS 30 SÃO REPROVADOS PELA PRÓ TESTE !!!



Apenas dois entre dez protetores solares FPS 30 em loção avaliados pela Pro Teste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, comprovaram eficiência na proteção solar, e apenas três não apresentaram na composição o benzophenone-3, um ingrediente que já é proibido em outros países, por ser potencialmente cancerígeno.

Quatro dos protetores têm baixa proteção UVA (cujos raios atingem as camadas mais profundas da pele, causando envelhecimento precoce), mas a legislação brasileira não exige um mínimo. E cinco deles não são resistentes à luz e ao calor, perdendo a eficiência.

É o que mostra a análise publicada na revista Pro Teste de dezembro. O teste envolveu análise de rotulagem, composição, irritabilidade, hidratação, proteção, resistência a exposição solar, e teste em uso.

A associação reivindicou que seja proibido o uso da substância benzophenone-3 na composição dos produtos, ingrediente proibido em outros países, por apresentar esterogenicidade, entrar na circulação sanguínea e ser potencialmente cancerígeno.

Também está pedindo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que passe a exigir o fator UVA de no mínimo um terço do FPS do produto, assim como ocorre na Europa, e que esta informação conste no rótulo. Assim como sejam obrigatórios testes de fotoestabilidade para verificar se eles são estáveis nas condições reais de uso, durante a exposição solar.

O FPS é responsável por bloquear os raios UVB, que são mais fortes entre 10 horas e 16 horas, período não recomendado para exposição prolongada ao sol. São os principais responsáveis por câncer de pele, queimaduras e vermelhidão.

Resultados

Os protetores L'Oréal Solar Expertise e o Cenoura&Bronze foram os que se saíram melhor na avaliação de eficiência do filtro solar.

No teste de fotoinstabilidade, o FPS dos produtos foi medido antes e depois da exposição a uma temperatura de 40ºC. As marcas Avon, La Roche-Posay, Nivea, Banana Boat e Sundown foram reprovadas.

Alguns produtos, como o da Nívea, perderam 50% do seu FPS. Todos os protetores analisados são de fator 30. Após uma hora de uso, eles caíam para FPS 15. O segundo pior foi o La Roche Posay, que manteve só 62% de sua proteção indicada no rótulo. Isso não quer dizer que os produtos não oferecem proteção aos raios UVB, e sim que têm pouca resistência à luz e ao calor, segundo a associação. Além de instável à exposição solar, o Coppertone declarou um fator de proteção (30), maior do que o medido (25).

Todos as embalagens mencionavam resistência à água, mas após imersão de meia hora, a proteção do produto da Natura caiu para 30% do FPS inicial, por exemplo. O Sundown caiu para 55%.

A presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA - que têm incidência constante durante o dia todo - é indicada nos rótulos dos 10 produtos. Mas só três embalagens mostram o grau de proteção: Cenoura & Bronze, L"Oréal Solar Expertise e Natura Fotoequilibrio. Não há regulamentação no Brasil que obrigue a presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os produtos que não apresentaram na composição o benzophenone-3, ingrediente que segundo a associação já é proibido em outros países, foram o L'Oréal Solar Expertise, o Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay.

Defesa

As oito marcas de protetor solar avaliadas pela Pro Teste discordaram do resultado da pesquisa e informaram que seus produtos foram submetidos a testes científicos, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e liberados para o comércio. Todas as empresas afirmaram que não tinham conhecimento do estudo. A L"Oréal Brasil, que representa a La Roche-Posay disse que desconhece qual "a instituição que realizou os testes" e os critérios utilizados.

A Nivea Brasil, fabricante do Nivea Sun Loção Solar Protetora informou que, como não teve acesso ao estudo, "não pode avaliar, em profundidade, detalhes sobre a metodologia e resultado do mesmo". Destacou ainda que todos os produtos da empresa são desenvolvidos sob protocolos globais de qualidade e que a loção solar protetora FPS 30 atende às exigências dos órgãos regulamentadores.

A assessoria de imprensa da Johnson & Johnson, que representa a marca Sundown, divulgou que só tomou conhecimento da análise da Pro Teste na tarde de ontem. A empresa ainda afirma que "estranha os métodos utilizados" e que usa, na formulação do protetor, uma combinação de filtros que garante a proteção UVA/UVB.

A Natura, que teve seu produto avaliado como ruim na proteção aos raios UVA, afirmou que a análise da Pro Teste difere da adotada pela Natura. E que tecnicamente não é possível compará-los, "pois fazem uso de metodologias e controles diferentes". O Estado não localizou o representante da Sun Pharmaceuticals, fabricante da marca Banana Boat. Valdir Oliveira, gerente de vendas da Arcom S/A, importadora oficial do Banana Boat Bloqueador Solar Ultra, afirmou que neste ano a empresa não comprou a linha analisada.

A Mantecorp, fabricante do Episol Loção Oil Free e do Coppertone, disse que seus produtos seguem padrões de qualidade nacionais e internacionais. A Avon, do produto Avon Sun, divulgou que a Anvisa não obriga "mencionar na rotulagem a indicação do fator de proteção UVA".

( Agência Estado / O Estado de São Paulo ).

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