Na foto o Deputado Federal Walter Ihoshi.
Premiar o bom pagador e, ainda, contribuir para um bom aquecimento na economia do País. Essas são algumas das metas previstas pelo projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, que visa o estabelecimento do chamado "Cadastro Positivo".
Para elucidar o tema, o CRECI/SP promoveu um encontro do "Momento Legislativo", no último dia 26, quando o Deputado Federal Walter Ihoshi, proferiu uma palestra a respeito.
O evento foi prestigiado por diversos conselheiros, delegados, membros da diretoria, além de Odil de Sá, Presidente do Sciesp; Ivan Hussni, da Associação Comercial de São Paulo; Antonio Fernando de Campos, Diretor da União dos Vereadores do Brasil e Fernando Luis Vaz dos Santos, da assessoria jurídica do CRC-SP.
O deputado explicou que a intenção não é terminar com o cadastro negativo, mas criar um banco de dados composto por bons pagadores. "Aqueles que pagam em dia vão merecer um crédito a um custo menor na medida em que demonstrarem que pagam pontualmente."
Dessa forma, a partir da aprovação da lei, qualquer consumidor que pague suas contas em dia poderá ter seu nome inserido nessa listagem. "Pode ser um consumidor que paga um parcelamento de um automóvel, de uma casa, mas pode ser também um consumidor simples, de uma pequena prestação, ou mesmo de uma conta de luz ou de água."
A principal vantagem para aqueles que prezam seus compromissos é que eles receberão benefícios quando necessitarem tomar crédito junto às instituições. "Hoje, o sistema financeiro está montado com os spreads bancários que são calculados justamente em função do inadimplente. Os bancos não diminuem o custo do crédito e um dos argumentos é a inadimplência, visto que o cálculo do spread bancário é feito em cima disso. Na hora em que o pagador passa a ter um histórico de pontualidade, você vai poder oferecer a ele um crédito mais barato."
Segundo o deputado, esse banco de dados já opera com sucesso em diversos países, como Estados Unidos, México e China. "No começo, penso que os consumidores de produtos mais sofisticados, como automóveis, casas e apartamentos, vão ser os primeiros a querer ingressar no cadastro positivo, até porque são pessoas mais informadas. Mas vamos conseguir atingir a grande base da pirâmide, a classe D, por exemplo, que hoje consome cerca de R$ 380 bilhões de reais por ano, e grande parte desse consumo vem do crédito."
Para Ihoshi, essa grande massa de consumidores da classe D, com a melhoria da situação de consumo no Brasil, vai ascender para a classe C e passará a fazer parte de uma parcela da população interessante porque serão compradores de imóveis a longo prazo, fazendo parcelamentos. "Ai está a grande oportunidade para que a gente possa movimentar de forma saudável um mercado que vai crescer com certeza. Se a gente conseguir aprovar o cadastro positivo no Brasil, vai ser um passo importante para oferecer crédito mais barato e fortalecer o sistema financeiro do País."
De acordo com o presidente do CRECI/SP, José Augusto Viana Neto, esse será uma importante ferramenta de crescimento do mercado, influindo, de maneira direta, no setor imobiliário. "Certamente, vai haver melhorias nas condições de crescimento e de consumo nos mais diversos segmentos", completou.
( Matéria Publicada no Site Oficial dos Corretores de Imóveis de São Paulo ).
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